Acontece que sou insegura, não confio em palavras vãs nem em meu próprio pulso, este que deveria ser firme. A perseverança passa despercebida ante meus olhos. Acontece que sou fraca, não creio poder levantar algo tenebroso de grande com a força de minhas próprias mãos calejadas do trabalho ao qual sou exposto todos os dias. Noite e dia.
Acontece que sou frágil e me machuco com um reles espinho minúsculo de uma pobre flor recolhida de um imenso jardim. E choro e rio de desespero. E canto de angústia e grito de momentânea felicidade.
Momentâneo é viver. Frágil é o vidro dilacerado em cacos pequeninos ao chão.
Momentâneo é viver. Frágil é o vidro dilacerado em cacos pequeninos ao chão.
Passageiro é o orvalho que brota quando a lua nasce por detrás da aurora, no meio-céu. Insegura é a mãe que segura em seus braços a criança acabada de nascer. Fraca é a água cristalina correndo silenciosamente no fundo de um riacho frio, as negras pedras compondo o caminho e um tilintar suave, adocicado.
Acontece que linda és, vida. Triste sou.
A sensibilidade se vem a mostra.
ResponderExcluirPalavra tão bela, porém às vezes é dolorosa para quem a possuí.
Lindo texto! =)